terça-feira, 4 de dezembro de 2018

paciência

...


Paciência

O conceito é o tempo da coisa.
HEGEL


A calma da planta:
em vida passada,
a alma de um homem
que encontrou da paz
ciência.

Suas folhas ao vento:
um há deus que não cessa.

Todo aceno um
à solidão solidária dos naveg-
antes – bravos desbravadores
do oitavo mar da saudades.

É o cerzir atlântico,
pacífico,
das ondas do verso
que embalam o
presente do poema,

um metro sereno e
severo, o movimento
da maré da memória.

(O branco da página
não é um nada,
é a soma de todos
os poemas possíveis,
a eternidade impossível [

essa nostalgia],

escre-
vê-la é inscre-
vê-la no tempo, da
poesia ao
pó.

Não fazê-lo, porém.
condena a humanidade
à paralisia da Página Perpétua,
esse horror, esse
Cthulhu kantiano.

[Como os investigadores
de Lovecraft, todo poeta
termina ou morto ou insano.])

Certas circunavegações,
soubem-no as plantas e os Pessoas,
exigem, a título de sacrifício,
determinados tipos de alma.

... 









Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails