terça-feira, 28 de setembro de 2010

arranha-céu (segundo epiconograma)



The babbelers with their thangs vain have been (confusium hold them!) they were and went
JAMES JOYCE, Finnegans Wake




segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Primeiro exemplar de epiconografia, com créditos das epígrafes e imagens omitidos



Pradines nota já, apesar de algumas restrições, que o pensamento não tem outro conteúdo que não seja a ordem das imagens.


O poético nada mais é que a capacidade fundamental e anterior a todas as coisas de pensar através das coisas, e nela permanece tudo o que fazemos de forma não alienada – seja na literatura, na arquitetura, nas artes plásticas, na filosofia ou no simples ato de caminhar pelas ruas ou olhar uma paisagem.


















































sexta-feira, 17 de setembro de 2010

o estranho das entranhas







quando o pênis penetra

em curva o corpo:

geodésica – menor dist

ânsia

entre dois pontos

(toda reta p

arte [de] uma curva infinita)–

adentro o caminho

(ninho)

do bólido

da agulha

do ar

do alimento

do som

do cheiro

da luz

da língua (que

ativa

entra

indistinta

orifícios passivos –

orelhas

bocas

olhos

vaginas –

como se

apesar do belo e liso de pelos e pele

as estradas todas quisessem o estranho das entranhas

o inseto o centro da teia

teseu o do labirinto

minotáuricaranha

o escuro

a espera

o quente que gera

mas que

sob pena de fim

não admite retorno


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

a fabricação do concreto




em queda livre

(apenas nos entregando totalmente à gravidade

nos livramos do seu julgo esmagador)

abstrações:

por último

a lembrança de que se usa açúcar na fabricação do concreto


a grande e antiga construção




a grande e antiga construção (prédio dos anos 30)

mantém

maciça

a voz do vento lá fora

a chuva

o cinza


dentro o silêncio da secadora

os dentes da porta

(não da chave nem da fechadura

vulva)

que me dev

oram



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Declarações de Amor






declaração trabalhista

(m)eu amo


declaração de bens

meu
seu
entend
eu?


declaração de culpa

seu
réu
céus!
eu


declaração de comparecimento

João e Maria
ligados por um coração de cupido
a canivete esculpido
na casca do eu
calipto


declaração de independência

Pediu o divórcio
foi morar fora do país
muito feliz
na casa dos pais


declaração de guerra

eu os declaro marido e mulher



Eis abaixo, por curiosidade, dois artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos que revelam claramente ignorância por parte de John Peters Humphrey e co. quanto aos efeitos concretos do mais notório dos sentimentos humanos, destruidor não só de corações mas também de vidas e nações.

Artigo IV

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V

Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.


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