sexta-feira, 26 de março de 2010

ent-erro








este ar

a(r)mado

por (n)aves

(de guerra)



este mar

marcado

por barcos

(de guerra)


esta terra

enterrada

a sete palmos

(de carne e concreto)



domingo, 21 de março de 2010

mulhereal







enquanto a pele esconde

a górgona inapreciada

de ossos, líquidos e órgãos

a luz escreve nos olhos-página

o símbolo do seu corpo,

deixando à imaginação-perseu

a epopéia do impossível


imagem por Paulo Vieira (http://paulovieirapintor.blogspot.com/)


sexta-feira, 19 de março de 2010

(omni)bus (transcriação de O(m)nibus, por Fábio Gullo)





at the street

a tire stops

over a body



tool to take people from place to place

eventually the tire leaves a trace

whose drawing is the city



segunda-feira, 15 de março de 2010

ô(m)nibus





no ponto (de ônibus)
um pneu
círculo galvanizado
pára
sujo

ferramenta de levar gente de ponto a outro
no espaço (ligue os pontos e terá a cidade)
eventualmente a ferramenta esmaga um corpo
no asfalto



(Para minha grande honra e satisfação, este poema também foi publicado no Blog Radioativo, de Márcio-André. Visitem: http://intradoxos.blogspot.com/)

sexta-feira, 12 de março de 2010

frequências







segundo a física de partículas

todo (o uni)verso vibra




harmonias

(desarmonias)




diante da hora fria

(porém)

o que pode

(o) ser

(amoroso?)

(e) so

mente

(o) ser

(dentre) as coisas todas

(a

não) ser

temer

e tremer?





terça-feira, 9 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

pequena cosmogonia para Paul Virilio




então o espaço se colocou em movimento

fez-se luz calor e todas as qualidades de matéria

e do átomo primeiro a esta mente última

– acidentes na topologia do espaço

(grão de areia ante a grandeza de uma estrela) –

entre astros e pequenas densidades vivas

fez-se melhor nos movimentos do pensamento

e como registro no espaço da língua





segunda-feira, 1 de março de 2010

luz





entre persianas

a só verdade em lâminas



a mão fatiada em feixes

por um momento de calor

existe





no fundo do Oceano










quando uma lâmina penetra um corpo

e o sangue jorra

quando um pênis penetra um corpo

e o sêmem jorra

o ser se transaforma num buraco negro

no fundo do Oceano





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