quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

poema para que(das)



página em branco

tinta materializa pensamento

borra quando toca

 

quanta e qual qualidade de informação numa imagem

ou só simples photographia (mero estímulo) não novo

estilo pousar fragmentos ou fantasmagorias surrealistas

quão importante saber se isto (estilo) é

importante (ou se existe, e se sim, de qual ponto

de vista [relativismo estético]) quão velho

pe(n)sar a possibilidade (balança quântica probabilística:

qual sua medida: quanta) do novo (originalidade, se houver, vale

ouro e será considerada muito original) ou prosa

impessoal dissertativa discursiva objetiva (não redundante, i. é.,

não repetitiva, não enfática [discurso para a elite intelectual])

didática (discurso pro povo)

sintaxe ortographia semântica

entendimento ([p]onto)lógico (lógico) ou intuição de intenções (de

comunicação) tortuosas (pre[tenções])

texto ou tesseract

narrativa ou abstração

verso ou constelação

silogismo ou rizoma

recriação ou representação

apolo ou dionísio

hybris ou equilíbrio

monólogo ou diálogo

perguntar é preciso

poesia

para que

tudo isso



o que está pensando



o que está pensando

nada

nunca é nada, sempre é alguma coisa

os pensamentos nunca e sempre

são só palavras



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CON SEN TIDO



nada é contido

tudo  é sentido

 

nada é (contido

tudo  é) sentido

 

(nada é con)tido

(tudo  é sen)tido

 

nada é (con)tido

tudo  é (sen)tido

 

nada é contido

tudo  é  sentido

 

nada é contido

tudo  é sentido

 

nada é con(tido

tudo  é) sentido

 

 

  

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VARAL




PALAVRASÃOENSINADAS

COISASÃOENSIMESMADAS

POEMAMBIVALÊNCIA

VARALPARAPALAVRAS



Decl)amar


dedicado à Paty



te quero


eu tb


tem certeza


n sei


espera


o q


há algo q quero dizer


está bem


o toque


n te toquei


quando tocar


talvez n haja o toque


mas a pele


apenas querer


tenho medo


sua voz falha


eu pouco falo


eu o escutaria toda a noite


detesto falar sozinho


então um diálogo


até o raiar do dia


uma conversa íntima


todas as conversas são íntimas


verso e rima


poesia



terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

onde a luz não está



onde a luz não está,

estarão os olhos?

 

estranho:

ondas

ou

pontos,

aqui

ou

ali,

onde estarei,

o que enxergo?

 

serei cego?

endosso

ou nego

o fim de

um ser,

estar,

existir,

somente de

mim para

mim?

 

quero o

outro

-- espero

--, este inseto

de quem

tenho nojo

e cuja

existência

é-me

incerteza?

 

disto estou 

certo:

haverá um

fim;

que o

outro,

se quiser

-- concreto 

ou reflexo,

ele me-smo

ou

parte 

de

mim –,

fique em

nossa

desilusão

de simplesmente

existir.


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