sexta-feira, 9 de julho de 2010

até a última noite



ao Igor, meu filho



numa varanda à beira mar

amar todos os mitos

perder cada pessoa que passa

como se fosse a última do apocalipse


que outro asssunto para a poesia neste fim dos mundos

(porque toda a existência se apaga todas as noites até a última noite)

senão a tristeza constante de cada instante de escuridão compartilhada com o filho cego

(mesmo assim ele é feliz


como uma nuvem


que

embora à prova de gravidade

vira gotas de chuva nos dias frios)


mas restam sempre as palavras de guarda-chuva

nos dias frios

nos instantes de escuridáo (compartilhada)

todas as noites até a última noite

do apocalipse

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