Fábio Romeiro Gullo - Poesia: vela

quinta-feira, 1 de abril de 2010

vela

à luz da vela

lábios

lágrimas

(cera em que

da)

ao sopro do vento

verbos

treva

(que queda

re

vela)

Um comentário:

Anônimo disse...: Fábio,

belíssimo andamento: e me fez recordar Orides Fontenela, no que ela tinha de melhor: a precisão no uso dos vocábulos.
parabéns,

abraços,

Pedro Du Bois; 1 de abril de 2010 às 16:54

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?es!a

Um verso é um espasmo, de certa maneira, uma asfixia, um êxtase, uma cãibra do real.

(...)

O milagre do verso não está muito longe do relâmpago ou do silêncio no deserto da cultura.

(...)

A poesia, no sentido que lhe dá a melhor modernidade poética, não é uma ponte para outra coisa (...) Mostra-se como lugar da crise, onde as convicções se reconhecem em crise. É por instilar o veneno da suspeita (para usar figuras de Sebastião Uchoa Leite), é por instigar o “mal-entendido” (Baudelaire), e não por definir caminhos, que a poesia faz alguma diferença. Não é por antever ou por apontar aquilo que falta, mas por transformar-se no terreno ou no interregno dessa falta. A poesia é aquilo que falta.

MARCOS SISCAR, Poetas à beira de uma crise de versos

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

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