domingo, 17 de junho de 2012

a vaidade do verbo

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Segue um poema que escrevi e me envergonha, tanto por minha própria parcela de vaidade, que tento diminuir, quanto pela parcela de vaidade de muitos dos meus colegas, por vezes beirando o insuportável. Shame on us, pals


nascido indivíduo
ei-lo portando a coroa
a feita do ouro do orgulho
a das pedras preciosas
(e das atiradas contra telhados de vidro)
a da usura (Pound) e das vaidades das vaidades
(ó poetas
propagai a Obra
não vossa face!)

amadurecido em conflitos
ei-lo su-portando a coroa
a das pontas agudas
a feita de espinhos
a do altruísmo castigado pelo egoísmo
a do morto no ano 33 da Era Comum
(como Sócrates antes dEle)
a daquEle que não deixou sequer escritos
Nosso Senhor
Jesus Cristo
(ó raro poeta desprendido)

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