Milagre
comum:
a despeito
do nada entre átomos,
espaço onde
andam lúgubres ilusões,
tristezas,
cada toque
concretiza
outrora
espectros,
certa Melancolia
da Matéria,
mãe de si
mesma,
sua cria
a coisa
mais linda
desse mundo.
Só o espaço passa:
as coisas
que se movem no presente,
as coisas
que não se movem no passado,
as coisas
que passarão a se mover
a partir do
movimento derradeiro de outras no futuro.
E resistimos:
comovemo-nos,
amamo-nos, ferimo-nos,
até o
sofrimento é preciso
na economia
da intensidade
mínima de nos
pensarmos despertos,
próximos,
perto de
algo,
qualquer
coisa,
nem que seja
apenas do fim
(acabar o privilégio do que existe).
...
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