domingo, 29 de abril de 2012

medusa made in USA (2.0)

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caraminholas:

  1. M(ed)usa made in USA
  2. M(ed)usa (made in U)S.A.
  3. M(ed)usa made (in) USA
  4. M(ed)usa (made) in USA
  5. M(ed)usa (made in) USA
  6. M(ed)usa mad(e) in USA
  7. M(ed)usa made (in) US(A)
  8. M(ed)usa (made) in US(A)
  9. M(ed)usa (made in) US(A)
  10. M(ed)usa mad(e) in US(A)
  11. Medusa made in USA
  12. Medusa (made in U)S.A.
  13. Medusa made (in) USA
  14. Medusa (made) in USA
  15. Medusa (made in) USA
  16. Medusa mad(e) in USA
  17. Medusa made (in) US(A)
  18. Medusa (made) in US(A)
  19. Medusa (made in) US(A)
  20. Medusa mad(e) in US(A)
  21. Medo usa made in USA
  22. Medo (usa made in U)S.A.
  23. Medo (usa) made in USA
  24. Medo (usa) made (in) USA
  25. Medo (usa) made in US(A)
  26. Medo (usa) made (in) US(A)
  27. Me(do usa) made in USA
  28. Me(do usa made in U)S.A
  29. Me(do usa made) in USA
  30. Me(do usa) made (in) USA
  31. Me(do usa) mad(e) in USA
  32. Me(do usa made in) USA
  33. Me dou(sa made) in USA
  34. Me dou(sa made in) USA
(…)
 Me-d(o)usa mad-e in US.A.
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quinta-feira, 26 de abril de 2012

terra

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terra:
ter
erra

land[1]:
I
and

erde[2]:
h-
erde

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[1] Terra em inglês. Desdobra-se em “I” = “eu”, cuja grafia maiúscula, como exige a gramática inglêsa, tem a mesma forma do “L” minúsculo em muitas fontes, e “and” = “e”, sugerindo a terra como espaço compartilhado.
[2] Terra em alemão.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

transcriação de poema de Márcio-André

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Apresento mais uma tradução de poema de Márcio-André, para o inglês. Embora eu chame o texto em questão de poema e ele claramente se sustente como tal, na verdade trata-se de fragmento do poema Mecanismos, do livro Intradoxos.

Vendo-o, portanto, como objetro autônomo, eu chamaria atenção para a última estrofe, que me parece, do seu lado, funcionar autonomamente qual perfeito poema imagista, conforme a analisei alhures[1]:

Como eu já havia observado, o verso de M-A, a borboleta reflete-se em asas (do poema Mecanismos, em Intradoxos), é uma verdadeira pedra-de-toque, uma das mais perfeitas imagens poéticas de que me lembro (baseado em preceito de Ezra Pound, para quem um dos melhores critérios de avaliação de um verso é sua força de fixação na memória), potentíssima em sua síntese de imagem, som e ideia (fano, melo e logopeia poundianas), em sua habilidade imagista de evocar uma imagem clara; não os sons, mas, contraditória e espantosamente, o silêncio do voo de borboleta; a ideia fantástica-órfica de um ser que, na realização de seu ato mais característico, define-se ao extremo até se tornar um e o mesmo com esse ato (“a imagem seria um pensar por dentro da coisa até chegar ao seu não e tornar-se, em sua negatividade, a coisa, ainda mesma e outra”, disse M-A em entrevista a Renato Rezende). Esse verso, por sua construção (as sílabas em “e” que compõe o verbo reflete-se – re-fle-te-se – se espelhando em movimento de sístole e diástole até se lançarem em voo via o pronome, sugestivamente dito reflexivo “se” [a esse respeito, o poema Jaguar, de Intradoxos, com seu verso refrão eu sou o jaguar, e ainda, desse livro, o verso jaguar-se em Mecanismos; vindo a calhar também a definição quase órfica de verbo reflexivo como “aquele que expressa a igualdade entre o sujeito e o objeto da ação”, o que, somando-se ao resto, creio, autoriza supor o uso proposital dessa forma, a ênclise, por M-A], somadas à preposição “em” que habilmente as liga ao “objeto indireto” “asas”, cuja imagem – “as” + “as”, as duas letras “s” cuja forma lembra talvez uma [duas] asa[s]), eu acrescentaria que esse verso, por sua construção, provoca toda uma ideia ou impressão de movimento, de voo, tão mais cinética – eu diria hipercinética, beirando um espaço e/ou movimentos fantásticos, surreais – do que seria uma foto ou mesmo uma cena filmada, todos os efeitos anteriores (fano, melo e logopáicos) concorrendo para instigar, gerar uma imagem mental plurisignificativa, de fato um vórtice poundiano do mais alto grau.

No que diz respeito à tradução, vejamo-la primeiro, depois passemos para algumas observações:

a] butter-flyes
— a lacustre-asa-jóia —
na faca
do capim-navalha

vegetal-água a
fatias de papel manteiga

b] a borboleta reflete-se em asas


a]borboletras
– the laky-wing-jewel –
in the swing
of the grasskiver

vegetable-water the
slices of writing paper

b] the butterfly reflects itself in wings


1. Como no poema em português o primeiro verso está em inglês, inverti essa escolha na tradução, ou seja, o primeiro verso no poema em inglês está em português, escolha que assegura a permanência para o leitor falante de inglês da mesma experiência que o leitor falante de português tem ao ler o poema original.

2. Ainda tendo em mente essa escolha, para entender minha tradução, é preciso antes tomar conhecimento da ligação de dependência entre o primeiro e o penúltimo versos, na qual parte do significado deste depende de que se conheça a tradução daquele; assim, só se apreenderá parte do significado, no contexto imagético do poema, da imagem “papel manteiga” – a importância de suas conotações de leveza, semitransparência, fragilidade e delicadeza também em contraste com imagens mais fortes como faca e navalha – se se conseguir associá-la à tradução literal de borboleta em inglês: “mosca-manteiga”, o que Guimarães Rosa já havia usado em "A borboleta ia passando manteiga no ar" do magistral conto Jardim Fechado[2], pressentindo talvez as possíveis analogias que teriam rendido ao termo sua origem naquela língua.

Na minha tradução, para manter o mínimo que fosse de tal ligação de dependência entre os dois versos, e de seu teor, optei pelo neologismo “borboletra”, no primeiro, o qual se liga, agora claramente, ao termo writing paper (“papel de escrita” ou “papel para escrever”), no penúltimo, de modo a inverter o contágio: enquanto no poema original o papel se contagia das conotações em torno de butter, assim “papel manteiga”, na tradução é a borboleta que se contagia da possibilidade da escrita inerente ao papel: borboletra.

3. Quanto a soluções sonoras, observo que as rimas entre “asa”, “faca” e “navalha” , eu as repliquei, na medida das minhas possibilidades, mantendo “asa” em inglês (wing) e substituindo o substantivo “faca” pelo verbo inglês swing (“balançar”, “oscilar”, “movimentar-se em vai-e-vem”), o que garante um substancial campo analógico ou relacional com o voo ou bater de asas da borboleta (considere-se que wing, ou “asa”, está contido em swing), o termo “faca” reaparecendo, de certo modo, em grasskiver, neologismo composto por grass + skiver, e que poderia ser traduzido aqui por “grama raspante”, skiver podendo significar “raspador” ou “faca”. No caso, optei por skiver no lugar talvez de knife por seu som seco e duro, sua tônica em “k”, sonoridade que reforça seu significado no poema e nisso replica o paralelo orgininal entre laCUstre e CApim,  tendo eu optado por laKY para o primeiro no lugar de lacustrine.

4. Para concluir, o último verso, o mais forte e importante, foi justamente o que apresentou tradução mais natural, praticamente linear; observe-se:

a borboleta reflete-se em asas

the butterfly reflects itself in wings

Onde a repetição de sílabas terminadas em “e” em português acontece também em inglês, com o acréscimo da repetição de sílabas iniciadas com “f”, letra que inicia, note-se, justamente o fly, ou “voar”, de butterfly, e com o acréscimo, a meu ver substancial, de reflects (paroxítona) ter sua tônica "refletida" em itself (também paroxítona). Perde-se, no entanto, em wing, a iconicidade já descrita de “asas”.


[1] in Xadrez de influências, portal Musa Rara, 2012, http://www.musarara.com.br/xadrez-de-influencias.

[2] in Ave, Palavra, Editora Nova Fronteira, 5. ed. 2001.

A melhor HQ de Frank Frazetta

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Há quem sustente que Untamed Love é, graficamente falando, a melhor HQ de todos os tempos. Para mim, basta que seja a melhor de Frank Frazetta (dizer isso, contudo, provavelmente equivale a afirmar aquilo). Quando eu dava aulas de desenho, HQs, storytelling e desenhava profissionalmente, Frazetta sempre representara o suprasumo da arte dita popular; Untamed Love, àquela época, a lendária história de que todos falavam mas que poucos tinham visto e ninguém tinha acesso. Nem na internet, insipiente então, era possível encontrar mais do que a primeira página. Hoje, que a história só me serve de memorabilia, eu a encontrei na íntegra no blog Golden Age Comicbooks, cujo trabalho de arquivo para a arte da chamada Era Dourada da ilustração (especialmente) norte-americada é digno de nota e elogio. Sigo esse blog e o visito com frequência. Recomendo.










quinta-feira, 19 de abril de 2012

o(m)nibus na Babel Poética nº 2

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Amigos, é com grande surpresa e orgulho que comunico a publicação do meu poema o(m)nibus na segunda edição da revista Babel Poética, editada por Ademir Demarchi. Digo surpresa porque descobri sem querer, navegando sem rumo na rede rsrsrs.




Esse poema já havia sido publicado no Blog Radioativo, por Márcio-André. Longa vida ao deus-ônibus.

Links:

http://issuu.com/babelpoetica/docs/babel_poetica2

http://intradoxos.blogspot.com.br/2010/03/omnibus-de-fabio-romeiro-gullo.html


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quarta-feira, 18 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

poeira

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após o princípio foi a palavra
caindo sobre tudo 


partícul- 
a
partícula


letr-
letra


até que nada restasse 
à vista
exceto a língua
cobrindo o mundo 


camad-

camada

opaca como poeira


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segunda-feira, 16 de abril de 2012

"of each garden", tradução de poema de Márcio-André


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Gostaria de divulgar belíssimo poema de Márcio-André, extraído da 3ª edição da Revista 7 Faces [http://issuu.com/setefaces/docs/edi__o_3_da_7faces/37] e minha tradução para o inglês. Espero que apreciem:


de todo jardim       escolho
a córnea rajada      de sua flor

ou a flor rajada entre    as pernas
no ventrentre                os olhos

é inteiramente sua presença
                recolhida
no abstrato de qualquer pensamento
               
nem luzes com bolor
nem o seio repousado na mão

a florolho que                   vê enquanto é vista
                               adorna o que lhe adorna

enquanto-flauta trinca-ferro-ótico
as sutilezas dos lilazes-quese-lírios
                                neste cárcere do ver

                               íris-rosácea na estremadura idade da cara
                               como se calculado da extrema idade da terra

a memória do improviso das folhas
o ferruginoso de toda planta
na planta de toda fisionomia



of each garden I chose
yours flower      streaked cornea

or the streaked flower between    the legs
in the wombetween                      the eyes

it’s enterily your presence
collected
in the abstract of any thought

neither lights with mold
nor the blosom resting in the hand

the eyeblossom that                      sees while is seem
                                               adorns what adorn it

while-flute crack-otical-iron
the lilac-nearly-lilies’ subtleties
                                               in this jail of the seem

                                               rosaceous-iris at the extremature age of the face
                                               as if calculated from the extreme age of the planet

the memory of the leafs’ impromptu                                   
the ferruginous of each plant
in the plant of each physiognomy
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sexta-feira, 13 de abril de 2012

máximoceano

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máximoceano
este
co(r)po d’água –

sanguesuorsalivalágrimas

–, máximo m-
ar,
t-
erra
mente
h-
um-
olhado
sempre
só pre-
tende
sob-
reviver
qual
fênix

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

círculo

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Escrever sobre você é mais do que escrever sobre mim, 
é mais do que escrever sobre sua pele ou nela própria 
(jamais a deixei  tatuar meu nome, ainda que cifrado em Quenya),
é mais do que escrever sobre papel ou tela ou reter letras em lembranças
(poderia ter escrito, implicando a condição do computador como nova memória:
 “seja a tela do computador ou a da memória”,
ou acrescentar: “mais do que escrever e guardar de cor”,
esperando que você conheça a origem latina dessa expressão),
é mais do que apoiar folha sobre seu colo, costas ou outro canto do seu corpo, 
é mais do que eu poderia acrescentar a este texto na esperança não 
de lembrar mas de esquecer eu gostaria de já não saber mais o quê

(mera ilusão de solidez e saliva, os lábios fechados são claramente reta, silêncio, solidão.

(Que seus lábios sejam círculo perfeito só quando do grito, da dor, eis, talvez, o quê.)

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terça-feira, 10 de abril de 2012

amiúde

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doce escassez de sentir:
beijo à míngua

manhã de pêssego

nuvens desatam
ondas quebram
areia amiúda

desunião legítima
o matrimônio:
entropia

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