máquinas
a repetir (aranhas)
não têm raiva
não amam
pq sabem
humanos não se matam
se desmontam
ontem cientistas in
formaram crianças
precisam de 10 horas de sono/dia
(mão de obra onírica)
perguntaram ao yahoo
pq o pq
ao q ele não soube responder
depois
com ironia tautológica
pq ele não soube responder ao pq do pq
d’outra feita
por que a letra p não é considerada um p
oema
já que ambíngua e uma vez que o objetivo da poesia segundo os formalistas russos é tornar perceptível a textura de uma palavra em todos os seus aspectos – Umberto Eco, Obra Aberta, p. 85, nota de rodapé
perguntaram
por que ficamos irritados quando não nos escutam
seria a língua em revolta pelo assassinato de palavras jogadas ao vento?
mas atirar pérolas a porcos não faz mal
eles ao menos as escutam
(em fones de ouvido)
e as veem
(em cristal líquido)
mas
é claro
não tiraram as consequências da resposta
(desconhecem o conselho de Heidegger
que
segundo Harold Bloom no prefácio do seu A Angústia da Influência
disse que é preciso pensar uma ideia
e apenas uma
e pensá-la até o fim)
qual seja
que nos sobredetermina a língua
– ela nos constitui –
e
sendo assim
que melhor seria segui-la com ardor
como os poetas
e não com torpor
ignorando-se o destino
como os ratos e as crianças do Flautista de Hamelin
os quais ignoravam
sobretudo
a verdadeira identidade
dos moradores da cidade
3 comentários:
ola. estive por aquui. muito bom o seu poema. gostei. apareça por la. abraços.
Adorei seu blog!!! Parabéns!!!
Rosângela
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