sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tarde











Houve uma tarde alguns anos atrás, dita vazia num primeiro poema.

Falava de algo entre solidão e tristeza, talvez sentimento, talvez deusa,

mas não saudades, impossível nos princípios; que escapasse

a mim pela primeira vez, à época de ofício pouco poeta, tudo bem.

A tarde vazia retornaria. A tarde retornaria vazia.


A mudança, que joycianamente se lê mudez em excesso ou soma disso e dança,  

continuaria seu trabalho de silêncio nos textos, onde diria, entre tudo o mais,

que o possível é possível sempre, mas o impossível apenas humano,

e que procurar é descobrir e aceitar que se nunca será tarde, sempre será tarde.


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