quinta-feira, 27 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
ame-me, ame meu salto-alto (ou amor calçado)
talvez como a ciclovia de De Guy, que assinala mais
a preferência (De Quem?) aos carros que o res-
peito aos ciclistas, o uso desenfreado do salto-alto --
em boulevards, ruas, avenidas --, se por um lado potencia-
lizou o sensual na mulher, por outro a transformou (abs-
traio pedófilos e pedólatras [pedófilatras: aqueles que
amam pés menores?]) em mera menina: sem g-
raça quando des-calça. (Pergunta a prostituta: "d-
eixo o salto?")
"Na real, cara, de cara limpa não vira." Pois é: amor
calçado, amor maquiado, amor no claro... com o perdão
de Lacan, Bauman, Baudrillard...
Aos sensores da moral (eles existem, ainda que
baixem em OVNIs e pratiquem a abdução [prática
perversa, sabe-se comumente]), fica o consolo
(ahuahauhau) de um coito com nudez parcial; aos
sacer-dotes (você sabem quem são), o de uma
indiscutível tendência global ao elevado; aos
fabricantes de calçados femininos, o de um
mercado assegurado.
nós de arame farpado
a menos que cães jazigo estátuas
mais que bronze opaco de som
nunca oco como pensamentos
moscas soltas ao sol
(quando do big-bang
algo a quém sempre não
(como se) faz senti(n)do
diassociação de utopias
este humano)
fl(u)orescente dissolto abismo
se todo olhar perdido caminho
pedras nem sempre para construção
quebram-se tetos como vende-se a
vista o prazo para entrega
jamais por completo ainda que se queira
que se pense o(s) contrário(s)
rolam rios de dinheiro no sempre do desejo
nós de arame farpado
(borracha asfalto molhado
se escuridão fosse
corpo incerto da circulação
mas o trânsito em transa e transe transido
prossegue por outras vi(d)as
não
esquecer
não
prescindir
em pátios de escolas de subúrbio
crianças ainda jogam com pombos
no tabuleiro dos paralelepípedos)
a tapetes de pombos
a tapetes de pombos mortos em tardes sem vento
retornar a vida com um sopro enquanto podemos
posto o sol somos nós que morremos
um pouco
na dúvida de se o relógio despertará na manhã
a tempo
quarta-feira, 12 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
cidade voragem
poema baseado no curta-metragem Cidade Reposta, de Márcio-André
a janela
que dá à luz a cidade
também pare corpos
emplastros de carne para ferimentos de pn
eus na pele escura das ruas
corpos que (corpos onde (corpos quando (corpos por quê
embriagados de dióxido de carbono e verticalidade
intuem anterior à urbe uma zona de horizonte
a qual falta gravidade que ancore o concreto à superfície lunar da
a esta altura
estragada maçã de Newtown: big-apple carcomida
por anelídeos turbinados a aço
seus esgotos escrotos e tripas de metrô
sua etérea eletri
cidade enrolada em fios (quinta dimensão habitada por ecos de Zeus)
seu homo-húmus feito de lixo e células mortas
(mas os mortos aguardam sentados em bancos de dados)
até mesmo a morte do dia engravida a noite citadina:
enquanto gatos tocam violinos à sombra
e cachorros procuram seu Simurg nas ruas
-- urânia urina demarcando aos companheiros caminhos pré-percorridos --
a cidade sonha que minhocas a sonham
e que todas as portas levam a um porto
espiráculo no asfalto
(todas as cidades têm portos, ainda que em saudades)
pai de monstros que partem para o mar
devolvendo-lhe nossos sonhos
segunda-feira, 3 de maio de 2010
auto-do-morro (revisto)
do sopé ao alto do morro
escura massa fermentada
por crianças que não crêem em fadas
(suas mãozinhas)
lábios apressados (músicoração)
escadas (escamas da encosta-dragão)
céu límpo de olhos
chão sujo de solas
ao redor campos de concentração
de energias
irrigados por ondas cabos
onde genes ditam o sexo sem camisinha
e mentes que querem extase
se sacrificam pela bênção
que vem do auto-do-morro
o mundo que se in
forma
con
tatos imidiáticos –
tentacnologia
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