quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O arco e a Líria

...





O que fosse envergasse o arco,
preferiria fosse Líria –
sereia em resguardo,
natural o arquejar de sua lira.

Nadava em devaneios,
sonhos e fantasias –
ordinárias fontes de desejo,
ele mesmo fonte de toda a vida.

Quanto mais vida, porém,
menos poesia.
Líria era canto e encanto:
não arqueava, arquejava sua lira.
Era canto e encanto
aos ouvidos deste morto-vivo;
era canto e encanto encarnado
no arco deste discurso antigo.


...

Um comentário:

DÉBORA SADER disse...

arabén pelo blog! Se quiser também conhecer meu blog de poesias, seja muito bem-vindo(a)!!!www.deborasader.blogspot.com

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