Caros
amigos,
Na noite de
ontem tive oporturnidade de ler para os meus filhos – Bruna, de 12, e Igor, de
8 – um livro infantil que me surpreendeu pela qualidade poética de suas peças.
Trata-se do livro O circo, de Roseana Murray, o qual minha esposa havia
comprado há alguns dias e do qual apresento a seguir as três peças que me mais
me agradaram. Eu ainda não conhecia Roseane Murray, e, dado o teor e qualidade
poética de seu texto – inusuais em textos infantis –, não me surpreendeu o
reconhecimento de seu trabalho na
Internet, incluindo-se aí, segundo o verbete da autora na Wikipedia, o Prêmio da Academia
Brasileira de Letras de melhor livro infantil.
O circo
chegou
De onde vem
esse cheiro novo,
Esse cheiro
de aventura?
E esse
brilho, esse barulho
Embrulhando
a manhã?
Vem de onde,
vem de onde
Essa vontade
de dançar?
Até as
nuvens, ansiosas,
Fazem fila
no céu
Para ver o
que que há:
Foi o circo
que chegou,
Espalhando
na cidade
Um ar de
felicidade.
O anão
O anão
equilibra uma risada
Na palma de
cada mão.
O seu
trabalho é atrapalhar
O palhaço.
O anão
tropeça a cada passo,
E o circo
estremece
Feito bolha
de sabão.
O leão e o
domador
Ao estalar
do chicote,
O leão dá
pinote,
Se encolhe
no picadeiro.
Mas não é
medo o que sente,
Nem é susto:
É saudade, é
tristeza...
Seu coração
ficou perdido
Para sempre
na floresta.
O domador se
orgulha,
Estala a
língua, o chicote,
Se sente
assim, como se fosse
Um rei
todo-poderoso.
Mas o que
ele não adivinha
É que o leão
de verdade
Está longe,
adormecido:
No palco,
quem caminha
É a sombra
do leão.
...
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