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Saindo cedo de casa,
porém tarde da história,
a caminho da cidade segura –
oxímoro ou pleonasmo
–, Sampultura...
Dentro do ônibus (
metais,
tecidos,
plásticos
) – em movimento e parado
ao mesmo tempo –, rumo a destino conhecido mas
ignorado, cortinas fechadas, passageiros passageiros,
cada um em sua poltrona numerada:
uns em sono profundo, outros noutros refúgios (
remorsos,
preocupações,
fones de ouvido
), o frio aproximando mais o mais
próximo, braços em contato devido a restrições
de espaço...
Uma hora e pouco de seu corpo ali para sempre,
de sua respiração apenas sonhada sob o so
m do motor que soterra o romantismo latente,
deixando só o desejo nu no consolo das mão
s que se tocam e entrelaçam, protegendo uma à ou
tra do frio ou da solidão ou de ambos, se
m saberem que, em outro con
texto (
em movimento e parado ao mesmo
tempo
), protegem apenas um corpo e uma mente,
a essa altura (
tarde na história
),
manetas (
para sempre
).
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