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sábado, 22 de abril de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
carta
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Carta 
Um excesso de sonhos 
no qual se morria ou envelhecia precocemente 
esgotou, a despeito da lua
que declinava em vigília sem nada 
negar da sua indiferença –
de um lado a fóssil onda da Serra 
do Mar; do outro, o Mar, 
sêmen de serras e demais acidentes
geográficos –, 
esgotou, esse excesso, os últimos grãos da areia morfina, 
de modo que o sol não encenasse sua eterna estreia 
no vão 
de uma atmosfera 
difusa, mas desse a luz a lembranças (nítidas linhas 
de fuga) 
e outros crepúsculos, alvoradas de 
beijos primevos e semelhantes inocências arcaicas,
de espécie que se hoje não se recusa, tampouco se 
recupera.
Não, não viveu em tempos de guerra, 
distante, esta, em ambas as direções da seta (a do tempo): 
nem ele, 
nem ela, 
ou seja, somando-se os dois:
a inocência
(os jovens dissolvendo-se em categorias 
amargas com invejável doçura...). 
Seria possível, perguntava-se o indivíduo (maduro), 
não se sentir privilegiado perante as gerações que não foram 
(serão) capazes
sequer de escolher entre luta e luto? 
A lua havia se afogado; 
o sol, ao menos até que se dissipassem as nuvens,
não.
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